"Historicamente o Presidente recandidato parte em vantagem. Por isso, Cavaco jogou à defesa: esclareceu o menos possível. E não resistiu aos apelos populistas e ao oportunismo: acusando os outros de o insultarem, quando o confrontavam com argumentos; recusando as regras da democracia, isto é, a segunda volta com argumentos financeiros; criticou as medidas que tinha acabado de promulgar e sobre as quais nada tinha dito no momento e local adequados.
Os competidores tinham a vida dificultada: a sua campanha tinha de ser dura e contundente com o incumbente. Assim fizeram (exceptuando talvez Nobre), sobretudo nos casos comprometedores das acções do BPN, da Casa da Coelha e das escutas. Mas também se discutiram os poderes do Presidente e o seu papel no sistema político: o principal challenger (Alegre) afirmou-se como o mais bem posicionado para defender o Estado social (apesar do seu emagrecimento às mãos do PS...) e para evitar a concentração do poder à direita. Resta ver a decisão do soberano."
André Freire no Público de 21 de Janeiro de 2011
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