2010-01-28

Ivanoviciano

O mundo também se divide entre aqueles que preferem as mulheres do tipo Sharapova e as mulheres do tipo Ivanovic. Eu devo dizer que sou um ivanoviciano de gema. As sharapovas deste mundo intimidam-me.

Do Metodismo

Nas minhas experiências desse fenómeno sociológico que é andar-de-autocarro-em-transportes-públicos, reparava sempre no edifício da Igreja Evangélica Metodista. Num mundo em que as Igrejas são «do Reino de Deus», «Baptistas», «Presbiteriana», é refrescante ver uma cujo nome tem tanto de complexo, como de curioso.
Segundo a Wikipedia: «O metodismo é de origem Anglo-Americana, organizado pelo reverendo inglês John Wesley que enfatizou o estudo metódico da Bíblia, e busca a relação pessoal entre o indivíduo e Deus. Iniciou-se com a adesão de egressos da Igreja Anglicana e Presbiteriana, bem como de dissidentes da Igreja Episcopal Americana». Quer isto dizer que o "rebanho" dá lugar ao "individualismo crente"? Que a "homilia" dá lugar à introspecção e "auto-leitura"? Nunca o nome de um local de oração soou tão doutrinário, exaustivo e intelectualizado.

Ouvido na farmácia:

Uma idosa diz-me que tenho uma «barba linda»; que lhe «faz lembrar o Lucas Pires». Ora aí está algo de que não se está à espera: ser comparado a um antigo deputado do CDS-PP, num bairro pescatório, por uma senhora de idade. Obrigado Dona Judite.

Instituto Nacional de Estatística é maior que Rúben Amorim

Benfica é maior que os Radiohead.

Depois dos farmacêuticos a administrar injectáveis...

Em Espanha: enfermeiros autorizados a prescrever Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica.

2010-01-26

"Trabalho Intensivo"

O chamado reforço de peso. (ver final do vídeo)

"Profissões de Risco"

o mundo ao contrário ou índice quantitativo de deprimência

li mais durante o erasmus que durante o desemprego.

valter hugo mãe com algumas maiúsculas esporádicas

era hoje que ia falar da fórmula um e do australia open - finalmente! - mas foi primeiro-dia-de-trabalho e por isso nem tempo tenho para ler os blogs diários, quanto mais para andar para aqui a escrever. sim porque hoje vi o Porto às 6:50 da manhã e voltei a vê-lo às 20:20, sem antes não conseguir ver sequer a praia de Espinho porque uma mísera hora de almoço dá para menos do que esperar trinta minutos por 2 pescadinhas de rabo na boca com arroz de feijão e couve e voltar a correr para o "espaço de saúde" (aka lugar com medicamentos). E meanwhile ligaram-me da suiça um amigo a dizer que a gripe a foi uma fraude mundial - «está a dar em directo no telejornal» - e chego a casa e não vejo nada. só vi o alemão lá da comissão de saúde a dizer que foi tudo exagerado e isso já toda a gente sabia. Um dia feliz portanto, que só não foi melhor que ontem porque vi os vampiros da tvi e o trailer dos vampiros da sic e «quis emigrar», como o outro.

Bevar Christiania #3

student nation in Uppsala

O pormenor nórdico: «Depois penso melhor, algo que nem sempre sucede, e lembro-me de conversas sobre o facto dos jovens nos países nórdicos serem "despachados" pela família mal chega a idade da Universidade. Vão para residências, partilham os quartos e recebem dinheiro para estudar. É assim que saem pela segunda vez da barriga da mãe.»

Nuno Gomes'

«Que maravilha». Eu acrescento a minha geração: Karagounis, Katsouranis, Manuel Fernandes... Éder Luis não.

"Evelyn Waugh"

Isto é profundamente lamentável, vazem-me as vistas. (em 2004, este ser humano tinha 20 anos de idade e este tinha 18. Eu não creio que seja assim tão substancial.)

O pior de tudo

«O pior de tudo é que quando disseram aos fascistas que tinham eleito um fascista, eles não acreditaram».

No outro dia acordei quando estava a sonhar com esta frase. Ocorreu-me depois que se poderia muito bem substituir "fascistas" por "idiotas", e fazia muito mais sentido na minha vida.

2010-01-24

Não!

Os Scorpions anunciam fim de carreira.

Freebird


Podia ter continuado continuado a lamber botas aos patrões da NBC e a ganhar 400 anos de reforma durante mais uma década. Mas Conan "solou" na Freebird e foi-se embora: o Maior.

muinto muinto

oije não isquerevi nada purque tinha muinto sono. tainho de drumuir cedo para cegunda terabalhar.

2010-01-22

Do Mexia

«HI/OLÁ
Segundo um estudo da Universidade de Chicago, a frase de engate mais eficaz é «hi» («olá»). Séculos de civilização para chegarmos a isto.»
(in Estado Civil, Pedro Mexia)

Elogio latino

Ao almoço, uma amiga diz-me que tenho «o olhar quente».
"Quente". Que quer isto dizer? Que tenho um olhar "sensual"? Uns olhos "expressivos"? Ou quente é a tradução literal do inglês "hot"? Agradeço, mas no fundo dispenso elogios que remetem para a obra de José Malhoa.

Primeiro trimestre de 2010


No twitter da Porto Editora: «o grande romance de Don DeLillo é a maior aposta da Sextante. Submundo é um livro mítico da literatura do nosso tempo.»

Daqui a dois anos

«É triste porque queremos assobiar Belluchi mas temos medo que ele acabe como estrela do Sevilha, daqui a dois anos.», tirado do casanova que por sua vez tirou ao daniel.

2010-01-21

O Chinês errado (que podia ser o título de um livro - "O Chinês Errado" - ou poderia também ser um conceito filosófico - o "Errado" como substantivo e não como adjectivo; e vice-versa; ou vice-versa)

Demasiado sono para escrever e um chinês para investigar. No Sporting vs Mafra de hoje, em vez de Dabao, houve Zhang. Compramos sempre o chinês errado. Há que abrir um inquérito.

Nada contra

Ui, olhem-me para este 'podengo'.

(o terceiro comentário é um autêntico "passe de letra", na gíria futebolística)

2010-01-20

Anders Borg

Outro grande homem de fatinho, o Ministro das Finanças do Governo conservador sueco:

"Sweden has long been a land of contradiction. Its ultraliberal attitudes on sex are unique, but seem to clash with strict laws against prostitution. It is infamous for having the highest taxes in the world, but this has not stopped the economy, with Sweden growing faster than most other countries in the European Union. Given this paradoxical environment, no one should be surprised that the varied facets of the Swedish finance minister's persona include a ponytail, a staunch feminist bent, a conservative political pedigree and heavy metal."

Resoluções de Ano Novo #2: ser um bocadinho menos de esquerda

A primeira desilusão num serviço público. As cedências à estética neoliberal. O primeiro desejo de não pagar impostos.

Pedro Mexia #2

No mundo do trabalho passei a sentir-me uma minoria. Na faculdade era claramente uma maioria. Ou se calhar não o era. Os homens de fatinho não usavam fatinho na faculdade; os homens de fatinho só se sentem à vontade entre os pares.

Pedro Mexia #1

É-se homem de fatinho como se é "de esquerda" ou "de direita". Ser-se homem de fatinho, mais do que conveniência, é uma convicção.

Pandemics

E inevitavelmente tudo será dos homens de fatinho . Já está a acontecer: empregos, miúdas giras, vidas com tempo espaço e silêncio; tudo. Olhem à vossa volta: a pandemia.
O advogado Mohandas, esse grande homem de fatinho...

2010-01-19

A entrevista

A entrevista é o local onde a "insegurança" é vendida como "perfeccionismo"; ser "chato" é ser "persistente", e onde não ter "experiência" é ter "vontade em aprender". No fundo, é na entrevista que é preciso "fazer das tripas coração".

«Comunicação com o utente, farmácia clínica, preparação de manipulados»

E ficava aqui a noite toda a "copiar/colar" coisas que o Ricky Gervais escreveu, disse, fez e vomitou; não tivesse amanhã dois momentos gosto-muito-de-trabalhar-numa-farmácia. E à frente de duas pessoas a quem convém "parecer bem".
tirado do site da GQ americana

A lovely list de Ricky Gervais

Best things of...
The Year
The Decade

Single
Empire State of Mind (Jay Z)
Hurt (Johnny Cash)

Runner up
Wheels (Foo Fighters)
If I were a boy (Beyonce)


Film
Up
City of God

Runner up
Up in the air
This is England


TV Drama
Dexter
The Sopranos

Runner up
Damages
The Wire


TV Comedy
Family Guy
Arrested Development

Runner up
Curb Your Enthusiasm
Curb Your Enthusiasm


Stand Up
Louis C.K.
Chris Rock

Runner up
Todd Barry
Dave Chapelle


Frequently answered questions in advance...

Why no Simpsons?
That's the best TV of the last 20 years so I thought I'd give everyone else a chance.

Why are there hardly any British shows?
I told you. I wasn't allowed to put The Office or Extras in.

Why is your list all wrong and that?
Because we like different things probably.

Why isn't your list more like the list I would do?
Because we like different things probably.

Why have I noticed something about your list that makes you look pretentious/arrogant/inconsistent/insincere/something else you haven't covered?
Because you have too much time on your hands.

Were you being serious when you said you'd put your shows in this list if you were being honest?
Sigh. Yes... yes... I really think The Office is the best song and TV show/film type thing of all time.

Why are you even doing this list?
To entertain myself/annoy people/entertain other people who like me annoying people.

Why are you such a cunt?
OK, Now you've got me.

Happy New Year.

Este senhor é rico assim

Passo a transcrever um excerto do blog do Ricky Gervais:

"Anyway, Karl wont get that well-fed when he's in Egypt for two weeks next month. Or Peru. Or Jordan. Or any of the other countries Steve and I are sending him to for the new TV show I told you about. We've made sure of it.

Got some fantastic news about the animation being shown in the UK too. Can't tell you about it yet as we haven't crossed my eyes and dotted my teeth.

Oh hold on...

What can I say? I get bored backstage. I do a soundcheck, eat, deal with fan mail, then the old iPhone kicks in"

Assim, à patrão.

2010-01-17

image of a nude boyfriend

© Tracy Baran 

Que assim de repente dá ares de capa do novo trabalho de uma qualquer banda de indie rock alternativo. E esta música, que também vai muito bem com a fotografia, tem dos melhores videoclips que vi neste fim de semana:

E eu nem gosto especialmente disto.

Para todos os efeitos, isto tinha de ser dado a ler ao Mundo


«Jolly Bad
Rodrigues dos Santos prossegue a sua eficaz Jihad contra a prosa.
Uma das muitas características partilhadas por todas as personagens de "Fúria Divina" é a escabrosa incompetência nas funções que desempenham: os investigadores não sabem investigar, os sedutores não sabem seduzir, os terroristas não sabem aterrorizar. Curiosamente, algumas exibem os requisitos mínimos para serem críticos literários; embora nenhuma das personagens seja abençoada com a meta-revelação de que faz parte de um livro sofrível, três delas fazem a segunda observação mais pertinente que é possível fazer sobre o que está a acontecer à sua volta: "isto parece um filme". 
Um filme, de facto, e não dos bons. Temos a vítima que aproveita o último fôlego para desenhar uma mensagem críptica no chão; temos o explosivo desactivado no último segundo; temos louras "parecidas" com Meg Ryan e coronéis russos que "dão ares" a Anthony Quinn. O resto do elenco é despachado com pinceladas Benetton: os americanos dizem "hell", "goddamn it", "fucking tarado" ou "fucking génio"; a professora inglesa diz "jolly good"; o cientista alemão diz "Gott in Himmell!"; o agente da Mossad diz "shalom"; o militar russo diz "previt"; um eventual bombista da ETA diria certamente "Olé!" antes de acender o rastilho.
A acção envolve as tentativas de um terrorista islâmico para detonar um engenho nuclear, e as tentativas de uma equipa multinacional para impedir o atentado. "Acção" é talvez um termo demasiado caridoso para aplicar ao que é essencialmente diálogo expositivo. Como num gymnasium para cretinos, as personagens passam grande parte do tempo a informarem-se umas às outras de coisas que já deviam saber, e a chegar às conclusões óbvias vinte páginas depois do leitor, não deixando, para o efeito, de se "fitarem interrogadoramente", ou de assumir "uma expressão interrogadora", ou "uma expressão interrogativa", ou até mesmo, se estiverem com pressa, "uma expressão inquisitiva". Em sucessivas visitas guiadas ao Museu de Pesquisa Rodrigues dos Santos, recebemos extensos memorandos sobre a construção de uma bomba nuclear, a história do Islão, a topografia de Veneza, e a gastronomia dos Açores.
Depois temos a prosa, que é fucking péssima.
Provavelmente consciente da sua deficiente imaginação auditiva e do seu espectacular anti-talento dramático, o autor desenvolveu uma técnica revolucionária de mímica literária, que consiste em distorcer a fisionomia das personagens até esta se acomodar àquilo que a prosa não consegue transmitir sozinha. Isto resulta em sucessivas catástrofes estilísticas, nas quais agentes da CIA e fanáticos religiosos são reduzidos a participantes num sketch dos "Malucos do Riso", "erguendo", "carregando" e "franzindo" as sobrancelhas, "virando", "revirando" e "arregalando" os olhos. O muzak inócuo do romance anterior do autor, "A Vida Num Sopro" (menos mau do que este, no sentido em que uma bomba convencional é "menos má" do que uma bomba nuclear), dá lugar à dissonância e ao feedback. Cabeças "giram pela sala" e olhares são "arremessados" pela janela, sem intervenção de qualquer engenho explosivo. Com o pé apoiado no pedal wah-wah, o autor rasga malhas inacreditáveis sobre, entre outras coisas, baratas que se peidam em francês; trucida frases com rimas internas ("pegou num bule fumegante e deitou chá na chávena do visitante"); e ergue andaimes desnecessários sempre que alguém abre a boca, recorrendo ao seu maneirismo predilecto, aqui completamente fora de controlo. (Uma amostra reduzida: "exclamou, intrigado", "murmurou, atónito", "sussurrou, pensativo", "suspirou, exasperado", "hesitou, desconcertado", "argumentou, combativo", "sorriu, benigno", "abanou a cabeça, frustrado", "gritou, escandalizado", "mordeu o lábio, hesitante", "abriu a boca, estupefacto". Este leitor contou mais dezassete exemplos antes de desfalecer, extenuado).
Exibindo todos os defeitos e nenhuma das virtudes do género a que tenta pertencer, "Fúria Divina" é uma guerra santa sem tréguas, na qual os únicos mártires são os leitores.» Rogério Casanova no Expresso

O livro recebeu nota zero a título de curiosidade.

2010-01-16

Conspiração contra a América

Rogério Casanova já lhe chama qualquer coisa como «a cerimónia oficial de não-entrega do Nobel a Philip Roth» e a verdade é que apesar de ser um dos escritores mais premiados do mundo - renova anualmente a sua liderança nos rankings das casas de apostas para a conquista do prémio - o Nobel continua, de facto, a ser «a cerimónia oficial de não-entrega do Nobel a Philip Roth» e a ser entregue a herthas mullers.
Quando Pedro Mexia fala nos grandes escritores americanos contemporâneos, costuma falar em Philip Roth, Don DeLillo, Thomas Pynchon e Cormac McCarthy. Henrique Raposo, há duas semanas, falava em Conspiração contra a América como o romance americano da década. A consagração é quase consensual e se Roth faz parte do futuro-presente Panteão, convém lê-lo rapidamente.

Roth ficciona aprofundando um dos grandes what if's da História americana: o que aconteceria caso Charles Lindbergh tivesse vencido as eleições presidenciais em 1941 e os EUA não tivessem intervido na 2ª Guerra Mundial?
Piloto condecorado e estrela da aviação americana, Lindbergh ficou conhecido pela travessia transatlântica  sem escalas, no seu Spirit of St Louis - avião bimotor - e, mais tarde, por se ter oposto à entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial, à semelhança de muitos isolacionistas que à época viam a Guerra como essencialmente europeia. Ao mesmo tempo, surgiam focos de reacção anti-judaica a que Lindberg também ficou associado, especialmente após ter aceite uma condecoração do governo nazi e ter liderado alguns dos movimentos contra a crescente influência desta comunidade na sociedade norte-americana.
Mais tarde, o movimento isolacionista acabou por se evaporar quando o ataque japonês à base naval de Pearl Harbour- "brilhantemente" registada pelo filme homónimo - dissipou as dúvidas quanto à dimensão global do perigo nazi e levou os EUA a entrar na Guerra de imediato. Lindbergh desapareceu então da cena política e acabou por não voltar a ter a mesma exposição pública.

É esta parte da história que Roth interrompe e explora o potencial perigo de um anti-judaísmo, à altura, latente. Usando personagens históricas, em Conspiração contra a América Lindbergh vence as eleições a Franklin Delano Roosevelt e decreta a neutralidade americana na Guerra Mundial.
Os acontecimentos são vividos sob a perspectiva de uma família judaica de classe média, residente num bairro suburbano judaico de Newark, que assiste de forma incrédula à crescente intolerância perante os judeus e à manipulação quase hipnótica de uma Administração caucionada por uma sociedade inerte, desinformada e sem sentido crítico. A observação, profunda, dos dramas das personagens principais tem paralelo, por exemplo, em filmes como American Beauty ou séries como Six Feet Under, em que as relações e o quotidiano das personagens se sobrepõe às acções, mas sempre sob um background interveniente. Talvez não seja o paralelo mais eficaz mas ajuda ao percebermos que a história é narrada por uma criança (Philip Roth feito personagem infantil) que assiste a muitos acontecimentos cujas complicações não compreende e cujo percepção do mundo é feita principalmente pelo impacto que esses acontecimentos têm no seio da sua família.

Este livro dava um grande filme porque apesar de tudo radica numa narrativa de contornos mais clássicos: de linguagem simples e história linear, sem grandes ornamentos estilísticos. É um livro sobre o perigo das pequenos focos de intolerância que esporadicamente surgem nas sociedades modernas, contra algumas minorias, e a percepção de que os grandes conflitos têm sempre uma implicação global. É um livro exaustivo, de que gostei muito e que considero especialmente bem escrito.

Whatever i happen to be obsessing over at the moment...

I am a girl who loves music more than shoes, or anything else for that matter. My name is Hanan and I blog about old songs and new, whatever I happen to be obsessing over at the moment. I spend all of my money on music and think you should do the same..” (adulterado de...)

Boas entradas com... #2

...o Australia Open 2010 - e consigo o início a sério da temporada nos courts.

À sua atenção, estão os seguintes jogos da primeira ronda, acompanhados dos respectivos motivos:
- Roger Federer vs Igor Andreev (para efeitos de avaliação dos níveis de confiança de RF numa das três diferentes classificações: "esmagadora vitória", "cedência do 1º set com vitória nos três sets seguintes em 45minutos" ou "5 horas de alegria dos nadáis deste mundo e vitória de Roger no tie-break do quinto set")
- Donald Young vs Cristophe Rochus (DY, antigo nº1 mundial júnior e Freddy Adu do ténis, tem nesta época o prazo-limite antes da sua confirmação enquanto fiasco)
- Ernest Gulbis vs Juan Monaco (EG está na fase "Safin" da sua carreira. Ou ganha juízo e é jogador de top ten ou safiniza-se eternamente)
- Richard Gasquet vs Mikhail Youzhny (porque depois de RG ter começado a carreira no mesmo patamar de talento de Nadal, nunca soube dar o salto de consistência. Depois de ter atingido a final em Sidney, ou se afirma confirmando-se, ou se confirma falhando)
- Fabio Fognini vs Taylor Dent (FF: talento júnior promissor apontado por mim como um dos antigos futuros grandes talentos do ténis mundial. Até eu já estou disposto a deixar de acreditar nisso)
- Ryan Harrison vs Janko Tipsarevic (RH foi o jogador mais jovem do mundo a ganhar qualquer coisa que agora não me lembro. Um jogo do Grand Slam aos 16 anos ou coisa assim. Tem agora 18 e já tava na idade de começar a ser conhecido)
- Robin Soderling vs Marcel Granollers (pelo simples facto de percebermos se o Soderling está em condições de jogar ou se veio apenas para jogar um set e desistir por lesão - como na semana passada)
- Thiemo De Bakker vs Andy Roddick (A mesma coisa para o De Bakker, segundo o que escrevi no Fognini, com a excepção de que foi número um júnior e joga contra um top ten)
- Sam Querrey vs Rainer Schuttler (há uns anos eu falava em Del Potro, Cilic, Fognini e...Querrey)
- Guillaume Rufin vs Bernard Tomic (20 e 18 anos respectivamente. O Tomic é um também Harrison e um dos melhores júniores actuais)
- Marin Cilic vs Fabrice Santoro (porque o Cilic já é muito bom e aborrecia-me profundamente que perdesse com um-gajo-que-eu-já-pensava-reformado)
- Juan Martin Del Potro vs Michael Russel (o MR é como os jobbers [Wrestlers who routinely lose matches are known as jobbers], aqueles lutadores de wrestling cujo único ganha-pão é perder todos os combates. Não bastasse esse possível 6-1 6-2 6-0, o Del Potro lesionou-se na semana passada e cheira-me que não está em condições para jogar e assustar um bocadinho a sapatilha de Roger Federer)
- Radek Stepanek vs Ivo Karlovic (porque são dois dos tenistas mais estranhos a jogar dentro do circuito mediático, a par do Santoro e do Andreev, e porque se o Karlovic fosse perfeito ganhava todos os jogos só com serviços.) ... claro que a expressão jogador não é adjectivo inclusivo de Rogéres Federéres - é difícil saber em qual dos és colocamos o acento.

Do Frederico Gil vs David Ferrer tenho a dizer que foi muito bonita a sua participação no torneio. Parabéns Frederico!

«A frase: o predicado, o sujeito, não sei quê.»

Já não sei quem me deu isto a ler - se a LER, o Senhor Palomar, o Casanova, ou nenhum deles.  É o terceiro excerto publicado de The Pale King, o romance não concluído de David Foster Wallace, e no qual vinha trabalhando nos últimos dez anos. Não tenho é dúvidas que ler este texto foi "o" momento de comovente descoberta da época de leitura que terminou. (considerando que cada ano é como uma season futebolística, cheia de novos objectivos, novos reforços, novas "pré-épocas"...)
Neste texto, tudo é sobre "como-se-escreve", nada é sobre "o-que-se-escreve". Ou melhor, acaba por ser sobre a forma como se escreve sobre um tema tão "inabordável" como este; a forma como a criatividade e imaginação que lateja na cabeça de um génio é tão claramente descrita, palavra após palavra, frase após frase, parágrafo após parágrafo. Como diz o MEC: «As frases... É preciso ter muita atenção à frase. (...) A frase é uma coisa demasiado desprezada. A frase: o predicado, o sujeito, não sei quê. Não é o parágrafo. É a frase. A pontuação. A sintaxe. Estas coisas todas de que agora ninguém fala.».

Este é um texto que nos diz que, seja qual for o tema, DFW envergonha qualquer um que escreva mais de duas frases seguidas. E para constatar isso e ficar-se ainda mais embaraçado era preciso também ler isto e isto, coisa que ainda não tive bagagem para fazer; como aqueles calhamaços que guardamos para ler um dia.  Entrar na mente de DFW - e que mente esta, onde não estranhem se nada fizer mais sentido do que o absurdo - é uma realização. All That de David Foster Wallace é a minha "história de Natal".
 
E relativamente às declarações póstumas da sua editora a uma revista, consta que vinha algo do género:
«She also discussed some of Wallace’s quirks, such as his disdain for e-mail, and his unique relationship to the telephone.
For a long time, he communicated exclusively by answering machine. I would leave him a message at some point during the day—he didn’t answer the phone—and then, late at night, when I was no longer at my desk, he would leave a very long response on my voicemail. I didn’t take this personally—it was a quirk of his, and I think he was perhaps more open and direct speaking to a machine than he would have been speaking directly to another voice. In the last few years of his life, though, this changed and he did start to answer the phone and communicate more directly, a result, I suspect, of his finally being happy in a relationship.» vindo daqui (em que o homem fala) e daqui também

Acontecem coisas, falam pessoas e levou o ouro em Cannes

O Laço Branco (Das Weisse Band - 2009) - Michael Haneke

«Nose holes caked in black cocaine»

2010-01-15

«Good morning to faces that just turned away»

Two Ragged Soldiers - Scott Walker
(1969 - Scott 3)

Quem vende melhor?

E este acto do Record era completamente escusado. Uma pessoa não devia ser confrontada com este tipo de situações sem preparação psicológica prévia ou uma dúzia de alertas da Protecção Civil.

Boas entradas com... #1


...o ciclismo.

Que personagem disse: «A náusea não me abandonou, e não creio que me abandone tão cedo; mas deixei de sofrer com ela, não se trata já duma doença nem dum acesso passageiro: a náusea sou eu»?

Resposta A: Antoine de Roquentin

Resposta B: Cincinnatus C.

Resposta C: Benno von Archimboldi

(clique na resposta correcta)
passatempo patrocinado por Emporio Armani

Ouvido no hospital:

«Se o Francisco Louçã fosse do PSD já tinha sido primeiro-ministro de Portugal.»

Rui Santos alerta #3

«O grande drama do Homem moderno é ser mal interpretado.»

2010-01-14

«Aquilo que todos os portugueses desejam é naturalmente...»

«...que Pepe recupere a tempo do Mundial de Futebol.»
(resposta de Rui Zink à temática Desejos para 2010)

(Desejos para 2010 compete com a expressão boas entradas, cujo significado ainda não consegui descortinar)

como passar vergonhas na rua

Aos 45 minutos entra Iliev para o Lugar de Bruno Caires. Aos 72 minutos entra Paulão para o Lugar de Kenedy. Aos 80 minutos golo de Paulão.


Três minutos e quarenta e quatro segundos dos quais destaco:
- o milagre a que muitos chamaram de reposição-manual-de-bola-para-o-espaço-vazio pelo belga que fez ruir toda a estrutura das teorias relativas à biomecânica e ao envelhecimento (00:28);
- a única explicação de origem não-divina para o facto de, durante a história contemporânea, a palavra Felgueiras ter estado associada à primeira divisão de qualquer coisa (00:44);
- e o famoso «Ora bem...», interpelação de intensa carga filosófica de Lopes - guardião e fiel representante das "gentes de felgueiras" - que desafiava então a ortodoxia do comentário desportivo nacional pré-Rui Santos (02:52).

A compreensão da inenarrável, mas criativa e multicultural, geração Damásio-Vale e Azevedo não pode ser totalmente compreendida sem que se conheça esta história do ido ano de 1996. No ano seguinte, Graham Souness era apresentado como treinador do glorioso iniciando assim a tentativa fracassada de anglofilização de 6 milhões de portugueses. Anos de Luz e de trevas definitivamente encerrados em Dezembro de 2006, com o encarceramento por 12 meses deste indivíduo que quando chegou disse que os portugueses falavam melhor inglês que muitos britânicos amigos dele.

Banda sonora para uma tempestade diluviana

Livro #4

E isto...

...que foi o Livro #3 e durante o qual também disse muitas vezes: "mas é que é isto mesmo"; o que quer dizer, só, que é bonito.

2010-01-13

Rui Santos alerta #2

Relatório sobre a vida descontínua dos habitantes do terceiro planeta

© Raquel Porto

  "TERCEIRO DIA TERRESTRE: Cumpridas setenta e duas horas, tempo terrestre, de observação no local, confirma-se a tese de que a descontinuidade da  vida dos terrestres não é por eles percepcionada. Efectivamente os terrestres vivem na ilusão da continuidade temporal.
  A imobilização do planeta e do fluxo temporal é um fenómeno unicamente detectável por observadores exteriores ao planeta.
  As diferentes civilizações terrestres partilham desta  ilusão temporal. Todos os terrestres observados, em  colectivo ou individualmente, partilham a crença na continuidade do tempo —  simbolizado pela  metáfora universal de um rio sempre fluindo sem interrupção.
  Nenhum dos momentos de interrupção do fluxo foi em nenhuma circunstância percepcionado por qualquer terrestre. É como se nesses momentos de imobilidade absoluta ficassem adormecidos num tempo interior para depois, como num encantamento, acordarem, sem se aperceberem que acordaram.    
  Não nos foi ainda possível determinar a actividade inconsciente dos humanos nesses intervalos de tempo (se é que ela existe).
  A observação no local continua."
Escrito por Nuno Artur Silva, com fotografias de Raquel Porto
Ed. Cotovia, 2000

2010-01-12

Serviço público

Até mais ou menos fim do mês há saldos aqui, aqui e aqui. (para obrigar a clicar)

O segundo melhor gajo do mundo retém o título de segundo melhor gajo do mundo


Posto isto, não sei o que diga. Se reafirme que em primeiro lugar vem o Gervais e em terceiro o Stewart; ou se diga que o mundo se divide em dois: os conanianos (ou conânios) e os jaylennianianos, sendo que a superioridade do QI dos primeiros é estatisticamente relevante segundo o método de Kolmogorov-Smirnov.
O certo é que este livro já tem honras de destaque nesse antro de prazer e eco-masoquismo que é a FNAC. Assim mesmo, à patrão: sem estar traduzido, capa em tons dourado, caro, sob o risco de ser levado a sério ou  mesmo colocado na secção de 'política' das livrarias menos conhecedoras - sendo que o livro é de um radical 'republicanismo' (à americana) tão grande que dá a volta e tem o efeito caricatural do Colbert Report e do Daily Show. Diga-se já que é coisa que é capaz de funcionar no sentido oposto se considerarmos a percentagem da 'América' capaz de não ter a plasticidade mental para 'dar a volta' nestas coisas e chegar "lá".

Definitivamente monoteísta

Quais Óscares, quais quê.
Nosso Senhor Jesus Cristo, filho de Deus Pai Todo-Poderoso, abençoou-nos com a televisão por cabo para não dormirmos na noite do dia 17 de Janeiro, a ver isto:


Ó Pai, faz com que só arranje trabalho a partir de dia 19...

Pronto, isto mudou de aspecto; não quero saber mais

Deu-me para gostar de fotografias e mudei estas coisas todas: html's, widgets, colunas, tipos de letra, nome. Motivos: desemprego; demasiado tempo livre; estar de robe vestido (uma das cinco maiores causas de desemprego no mundo ocidental); camisola da Timberland; situação insustentável que se vive na Liga Sagres após aquela situação de ontem: ter sido o pé esquerdo de Ronny a bater o penalty contra o Porto.

 Motivos mais que suficientes, portanto.

2010-01-11

Está visto que estou a precisar de um blog assim

Com esta "largura de banda", espaço para fotografias, etc. Venha a mim o talento para o html e começo a pôr pr'aqui fotos de miúdas giras.

Supermassive black hole, supermassive black hole, supermassive black hole!

É impressionante ver uma banda a saltitar entre o genial e o mais azeitola possível. Andar a ouvir esta merda irrita-me tanto; mas tanto, tanto...

2010-01-10

Perguntas às quais, além de não conseguir responder, também não consigo compreender

"Então, tivestes boas entradas?"

"Tu és um bocadinho estranho, não és?" ou "A necessidade de tradutor em permanência"

Amigos: a propensão para o exagero; a tendência para a hipérbole; a capacidade de superlativização. Está tudo no MEC.

Neve, onde?

...

Hoje, estourei mais dez euros na festa do livro, Fundação Cupertino Miranda

- "Sem Emenda", livro de crónicas de António Barreto, do início dos anos 90 (5€);
- "As Passagens do Tempo", de Nuno Artur Silva (2€);
- "Fantomas contra os vampiros multinacionais", mescla de banda desenhada e romance de Júlio Cortázar (2€);
- "Papéis, 97", revista de reflexão política e cultural do Partido Socialista Revolucionário, e com partipação de convidados como Eduardo Prado Coelho (1€).

A quem, ao fim de 4 dias de in(v/f)erno, ainda sente as mãos, aconselho. Nem que só para comprar um daqueles livros ilustrados de história do Alexandre, O Grande, Grécia Antiga, Guerra na Pérsia...

2010-01-09

A frase que marca o tom deste início de década

«José  Soares  pediu  a  palavra, congratulando  a  decisão  do  Conselho  Fiscal,  mencionando  no  entanto  a  necessidade  de perspectivar a importância deste órgão.»

Rui Santos alerta #1


«Que me perdoe o Manuel Alegre, este é que é o homem capaz de unir toda a esquerda.»

Que em 2010 ainda seja preciso dizer isto numa Assembleia da República é o que me faz usar tantas vezes a expressão: "na Dinamarca...".
Espero um dia não ter de começar a dizer: "na República da Macedónia...".

Bevar Christiania #2

Boa noite, a temperatura em Østerbro é de -3ºC, o céu está pouco nublado e as rajadas de vento são na ordem dos 35Km/h, Nordeste. Isto para dizer que "na Dinamarca sou de direita", mas em Portugal serei certamente um radical.

2010-01-08

"Por prevenção"

«Teresa Pires e Helena Paixão, as primeiras homossexuais que, em 2007, tentaram casar-se em Portugal, atraíram as atenções das objectivas nas galerias do Parlamento, o que agitou as forças de segurança nas galerias do Parlamento. E um agente achou mesmo necessário dirigir-se às duas para lhes pedir que não começassem “aos beijos”, nas palavras de Helena Paixão.

A agência Lusa questionou o comandante da polícia responsável pela segurança, que garantiu não haver regras quanto a beijos nas galerias: “Depende dos beijos, mas alguns têm muito simbolismo”, referiu, sem precisar quais. Já o agente que fez o pedido a Teresa Pires e Helena Paixão, questionado pela Lusa se as duas mulheres se tinham beijado, respondeu que não, mas que agiu “por prevenção”.

Esta atitude não foi isolada: noutra galeria, contou à Lusa a realizadora de cinema e activista pelos direitos LGBT Raquel Freire, outro agente recriminava encostos de cabeça de uma mulher nos ombros de outra mulher.»

2010-01-08 no Público

2010-01-07

16€ ida e volta sem transportes

Uma parte de mim, já longínqua por sinal, efectuou esforços repetidos no sentido de proporcionar à restante parte de mim mesmo, uma estadia solitária aqui:
Pois agora besunte-se essa parte de mim mesmo com os -8 centígrados que lá ficaram.

2010-01-06

Os pais estavam constipados

Hoje, uma senhora chamada Felisbina.

2010-01-04

Resoluções de Ano Novo #1: comprar uma camisa chavista

Haverá coisa mais cool que o contorno irregular do suor marcado no sovaco de um punho bolivariano vestido de encarnado? Eu também acho que não e é por isso que já amanhã me podem encontrar numa tourneé pelas várias lojas da United Colors of Benetton da cidade do Porto. Los saldos!

Bevar Christiania #1

Boa noite. Um acidente em Christiansborg está a condicionar o trânsito na variante Børsgraven em direcção a Christianshavn. Um veículo ligeiro e uma carrinha colidiram e a circulação faz-se agora pela via da direita, em trânsito lento. Aconselha-se agora, aos automobilistas, precaução na saída para Stadsgraven.

2010-01-03

Livro #1


 
E a espaços este. Livro #2.
(credibilidade atentada pelas suas 1200 páginas e tamanho da fonte 8)

Invention of Lying

À semelhança de Ghost Town, que não foi escrito nem realizado por Ele, este filme não foge aos lugares comuns da comédia romântica. Depois de uma tentativa abortada de ver o filme na sua totalidade, muito devido aos enjoos provocados por 20min de Jennifer Garner, lá empreendi a coisa e verifiquei que tudo termina ao fim de menos de duas horas.

A ideia, um looser (sempre, Gervais a fazer de ele próprio) que adquire a capacidade de mentir num mundo em que as pessoas só conseguem dizer a verdade, e se aproveita desse dom para ganhar dinheiro e para engatar miúdas, dilui-se rapidamente numa "trágica" comédia ligeira com um ou outro embaraço tipicamente gervaisiano. No fundo, e a menos que a profundidade metaforo-teológica do filme tenha batido por engano à porta do meu vizinho do 1º direito, este filme não passa de um simples exercício de espairecimento do funniest man alive (também conhecido como a melhor pessoa do mundo ou o gorducho que está no poster do meu quarto).

editado: o único looser aqui, como é constatável, sou eu. É loser que se escreve. Perdão Joana.

O efeito Seymour-Hoffman

Da semi-mediocridade - semi por ser feito por quem é- do último trabalho escrito por Ricky Gervais, o filme Invention of Lying, salta à vista a quantidade de gente 'grande', do cinema e da TV, que se sujeitou a papéis 'menores', pela oportunidade de poder trabalhar (vulgo fazer asneiras nos bastidores) com Ele: Rob Lowe, Tina Fey (30 Rock), Louis C.K. e, principalmente, Edward Norton e Philip Seymour Hoffman.

Não sei o que faz PS Hoffman no papel de um barman com apenas meia dúzia de linhas no filme. Sei sim que, a cada filme que faz, mais se acentua o recém-nomeado "efeito Seymour-Hoffman" que provoca nos cinéfilos a admiração e o consenso em torno da performance do piloso actor mesmo quando esta se resume a apenas duas falas, três contracções do músculo da testa ou uma passagem fugaz diante de uma das personagens, enquanto atrapalhado figurante. Dou por mim, agora, a admirar PS Hoffman a cada elevação de sobrancelha; comovo-me com cada pausa; intrigo-me com as horas de interiorização por trás de cada olhar. Como se cada um destes movimentos fosse merecedor de um Óscar para cada um.

Como eu, multiplicados estão já aqueles que vêem quaisquer dois minutos de participação de PS Hoffman com o mesmo empenho e concentração que aplicava em cada deixa Marlon Brando em O Grande Chefão (se traduzido com o rigor que considero necessário). O efeito Seymour-Hoffman, o da complexidade do pestanejamento e da consciência da sobrancelha enquanto "vários-óscares", é, cada vez mais, o efeito Brando-Pacino-De Niro dos nossos dias.

Infinite Jest


No dia em que um dos estóicos tradutores lusitanos se aliar a um dos estóicos lusitanos editores e traduzirem isto, demito-me do Pingo Doce onde trabalho e dedico-me ao: estudo da obra, pesquisa dos conceitos, verificação-dos-factos, contra-argumentação das teorias e slavoj-zizekização de David Foster Wallace.

2010-01-02

Os melhores de 2009: Cinema

1. The Hurt Locker - Kathryn Bigelow

2. Inglorious Basterds - Quentin Tarantino

3. Up - Disney/Pixar

Os melhores de 2009: Música

1. Converge - Axe to Fall

 
2. Isis - Wavering Radiant

 
3. Mastodon - Crack the Skye

Os melhores de 2009: Livros (lidos este ano)


1. Rayuela (1963) - Júlio Cortázar


2. A máquina de Joseph Walser (2004) - Gonçalo M. Tavares


 
3. O leilão do lote 49 (1966) - Thomas Pynchon

*para ouvir até ao fim*

Olá. O post de início às hostilidades exige a 'melhor-música-de-início-de-hostilidades' alguma vez criada por um ser humano e que foi recentemente confirmada como 'melhor-música-de início-de-hostilidades-de-sempre' neste dia, por estas pessoas.

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