2011-06-28

Livro #8 de 2011


 Em Agosto do ano passado, Tony Judt morreu com esclerose lateral amiotrófica. Tinha 62 anos. Tido como um dos mais importantes historiadores e intelectuais das últimas décadas - Postwar foi recentemente considerado um dos cem melhores livros de não-ficção pelo Guardian - ocupou grande parte dos seus últimos meses de vida a ditar (literalmente, com ajuda da família) aquilo que viriam a ser os seus últimos dois livros. Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos é um deles.
 Este livro-ensaio recentemente editado - uma espécie de testamento político - pretende estimular uma nova forma de se falar do Estado e do seu papel nas sociedades modernas. Fala-nos de como o chamado "estado social" foi erguido no pós-guerra, porque surgiu e, mais tarde, viria a ser desmantelado sob a influência da escola teórica do neoliberalismo, nas administrações Reagan e Thatcher.
Tony Judt recupera o argumento "Estado" para nos explicar que o caminho não passa por deixarmos de falar em social-democracia, mas por falarmos dela de forma diferente. Relembrando-nos da rapidez com que esquecemos as lições do passado, Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos recupera esse mesmo passado para nos dar a compreender os "nossos actuais descontentamentos" e aponta-nos um caminho alternativo ao que nos é proposto pelo pensamento económico neoliberal. Uma leitura que vale muito a pena.

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