Em primeiro lugar, a capa. A Cavalo de Ferro, que não costuma "deixar os créditos por mãos alheias", capricha, mais uma vez, no bom gosto: o tipo de letra usado, moderno, encaixa como uma luva na panorâmica da ancestral Reykjavík do início do século XX. As velhas casas de madeira - tão escandinavas - dispostas em redor do Tjörnin naquela que mais tarde viria a ser o local de implantação do famoso parlamento islandês: o Althingi. Ao fundo, o Akrafjall e o Esja guardam o início de Faxaflói, a baía que molha Reykjavík, e são um pequeno aperitivo do que o resto da ilha da terra e do fogo tem para oferecer. Enfim, um daqueles livros em que só de o olhar já dá vontade de ler.
Com Os Peixes Também Sabem Cantar, Halldór Laxness deixa de ser apenas o nobel islandês "for his vivid epic power which has renewed the great narrative art of Iceland" para passar também a ser um escritor "muito cá de casa". A história conta-nos a infância e o crescimento do jovem Álfgrímur que sonha, um dia, ser pescador de peixes-lapa como o seu avô-adoptivo, Björn de Brekkukot, mas cujas virtudes, e a rápida modernização da sociedade islandesa, o levam a seguir um caminho que nunca ambicionara.
A sensação de estarmos a ler uma coisa escrita em 1957 nunca chega a materializar-se porque, em boa verdade, o estilo de Laxness é completamente actual. São intemporais (e universais) o humor, a compaixão, o apego às raízes, a ligação à natureza. Entrentanto, "Gente Independente", o outro romance já traduzido para o português, já cá consta.
A sensação de estarmos a ler uma coisa escrita em 1957 nunca chega a materializar-se porque, em boa verdade, o estilo de Laxness é completamente actual. São intemporais (e universais) o humor, a compaixão, o apego às raízes, a ligação à natureza. Entrentanto, "Gente Independente", o outro romance já traduzido para o português, já cá consta.
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