2010-02-22

Separate ways

© Olivier French 
 
«...and we go our separate ways.»

À espera da manifestação de uma "vontade".

A "vontade" não é manifestada. Ou sequer existente.

Gajos que não vão em conversas

Li no rodapé do Telejornal da RTP1 que os BAFTA deram uma série de prémios ao Hurt Locker, incluindo o de Melhor Filme. Os gajos que percebem de séries e de filmes (basta dizer que foram eles que deram tudo o que é prémio ao The Office) não vão em conversas de Pocahontas três-dêicas. Uma aposta que mal o filme ganhe o Óscar, a Lusomundo o coloca em exibição (cinco meses depois de ter estado no Bom Sucesso e no Campo Alegre).

(e só por acaso, neste preciso momento está a dar o Jeremy Renner num episódio do House)

O privilegiado espectador

Acho que estou perante uma das maiores canalhices da história de toda a Humanidade.  Só não sei se tome o lugar de triste protagonista ou de privilegiado espectador.

"Luto"

Aqui também são três dias de luto, mas não é pela Madeira.

Tanto na vida como no desporto

«De cada um, de acordo com as suas habilidades, a cada um, de acordo com as suas necessidades.», Karl Marx

2010-02-21

Livro #6

Ficções - Jorge Luís Borges

"Brief Interviews with Hideous Men" - John Krasinski (2009)

Adaptado de um conto ou livro de contos de David Foster Wallace e realizado pelo "Tim" do The Office americano.

Filme "independente" de 2009 (que circulará inevitavelmente nos meios "de culto") cujo conjunto de diálogos, ideias, raciocínios, postulados, histórias, só pode obviamente ter saído da cabeça de um génio (que o escreveu em livro), e cujo sucesso passará invariavelmente, ou não, pelo "boca-a-boca". Não é, por isso, de admirar que tenha feito furor em Sundance. "Unexpected and extraordinary" como dizia o outro. Traduzam esta porra (ou tragam isto em inglês).

2010-02-16

"Climates" - Nuri Bilge Ceylan (2006)

Ficou a faltar um pouquinho mais de Istanbul.

Livro #5

Fantomas contra os vampiros multinacionais - Júlio Cortázar

Comicbook anti-capitalista e anti-imperialista.

2010-02-14

no jardim botânico

 
E assim sucessivamente... (parte 2, 3 e 4; vénia ao monteirismo de e ao)

Até quando, Tamira?

Há pouco falava de talentos. Mas o maior talento que vi jogar nos últimos anos tinha apenas 16 anos e dava pelo nome de Tamira Paszek. Nascida a 6 de Dezembro de 1990 em Dornbirn, Áustria, vi-a quando fazia "gato-sapato" de Jelena Jankovic, salvo erro, no Open da Austrália de 2008. Não sabia quem era nem que idade tinha mas vi logo ali, realmente, um puro talento combinado com total inexistência de traços físicos de qualidade (apesar da zona torácica de Tamira fazer sucesso no Google Images).
Pesquisei mais e verifiquei que, com apenas 16 anos de idade, já vencera jogadoras como Dementieva, Vesnina e Schnyder; e havia levado a três sets jogadoras como Henin, Sharapova ou Jankovic.
A partir desse ano de 2008, o pequeno prodígio tornou-se um imbróglio mental e vem acumulando derrotas e 6-0's com alguma frequência. Mentalmente mais Kournikova que a Kournikova, e com algum peso a mais, Tamira anda por aí arrastar-se. O seu melhor resultado deste ano é uma 2ª ronda.

Até quando, Tamira?

Small town, big crime, dead cold


Lá vou eu ter de rever este filme para o achar alguma coisa de especial. Dos manos Coen já vi e gostei de No Country for Old Men (que não foi o filme do ano porque There Will Be Blood de Paul Thomas Anderson é um dos filmes da década); vi Big Lebowski no piso -1 do "espaço de dinâmicas culturais" Contagiarte, alguns segmentos em estado nada lúcido e segurado pelo empenho solidário de uma simpática parede de edifício); e vi a curta-metragem protagonizada por Steve Buscemi, na colecção de historietas à volta da capital francesa, em Paris Je T'Aime.
Fargo é interessante, não digo o contrário.  Vê-se com entusiasmo, bem representado (com Óscar para melhor actriz de Frances McDormand) e relembra a espaços a atmosfera de Twin Peaks na sua violência fria da América profunda. Aliás, a personagem de McDormand parece uma caricatura tributo aos polícias locais da série que eternizou David Lynch. Apesar disso, Fargo não deslumbra, não deixa marcas profundas ou talvez simplesmente não cumpra as expectativas criadas.

Mischa Zverev é o novo Boris Becker

Greg Rusedski que por ser o mais irritante de todos era também o meu preferido. Esquerda cortada hiper-defensiva, jogo serviço-a-238km/h-rede, na era "rabo de cavalo" de Federer.

Involuntário especialista nas lides do ténis por motivo de exposição excessiva aos torneios de Key Biscane e Indian Wells do ano de 1997 (os jogos de Greg Rusedski e Mark Phillippoussis em piso rápido nunca fizeram bem a ninguém no ano em que até de ciclismo passei a perceber), sou pessoa para "previsões" do calibre de «o próximo Federer do ténis mundial é o Gastão Elias» ou «o Mischa Zverev é o novo Boris Becker». Não exactamente estas, mas há um par de anos "previ" a ascensão meteórica de um par de jogadores de então tenra idade - Djokovic, Cilic e Del Potro - e falhei redondamente na de outros - Fognini, Donald Young e Kei Nishikori. Outros, promissores, continuam na ténue linha que separa os "bons" jogadores dos "grandes jogadores": os casos típicos dos que dificilmente se mantém no top 20 como Sam Querrey ou Thomas Berdych.
Deriva disso a minha generosidade de início de ano que adianta desde já os "próximos del potros" das novas gerações. Os nomes a reter para o biénio 2010/11 são o lituano Berankis, o búlgaro Dimitrov, o norte-americano Ryan Harrison e o australiano Bernard Tomic. Estes são, muito sucintamente, e sem rodeios de qualquer tipo, os nomes que vos devem fazer pegar em caneta e papel, apontar todos os dados biográficos, seguir todos os jogos, a carreira, o acompanhamento torneio-a-torneio, os pequenos almoços. Enfim, os nomes nos quais devem apostar para ganhar dinheiro nas casas de apostas.
Outro que não é para o biénio mas é para os próximos meses é o "nosso irmão" Thomaz Bellucci que começou a subir no ranking a tempo de ter estado presente nos Jogos Olímpicos de Pequim e já é vigésimo tal. Tem 22 anos e parece que joga de mão esquerda. Vai longe o rapaz.
Por fim, na categoria de jovens da terceira idade, o Óscar vai para Lleyton Hewitt, Tommy Haas e Juan Carlos Ferrero. Todos eles em lugares digníssimos. Um grande bem haja.

Glossário definitivo do post:
- Novak Djokovic (22 anos), actual n.º2 do Mundo;
- Juan Martin del Potro (21 anos), former n.º 4;
- Marin Cilic (22 anos), actual n.º10.

- Fabio Fognini (22 anos), former n.º54;
- Donald Young (20 anos), former n.º73 e actual n.º250;
- Kei Nishikori (20 anos), former n.º56 e actual n.º641.

- Ricardas Berankis (19 anos), top 300
- Grigor Dimitrov (18 anos), top 300
- Ryan Harrison (17 anos), top 400
- Bernard Tomic (17 anos), top 300

-Lleyton Hewitt (28 anos), former n.º1 e regressado ao n.º19;
- Tommy Haas (31 anos), former n.º2 e regressado ao n.º17;
- Juan Carlos Ferrero (30 anos), former n.º1 e regressado ao n.º22.

2010-02-13

Carvalhal

Carlos Carvalhal "tem contrato por mais dois anos", "vai continuar a trabalhar", "vai lutar jogo a jogo", "até ao fim". Ou seja, a partir de amanhã Carlos Carvalhal vai "entregar currículos a várias farmácias".

I sold out

Nunca me ocorrera que "rapar o cabelo" pudesse ser uma tão triste metáfora da vida de uma pessoa. A "amputação" estética de traços característicos e identificativos da personalidade enquanto fenómeno de normalização do indivíduo perante a sociedade que se pretende a acolhê-lo, sempre me pareceu, na sua génese, idiota. Traição dos princípios, cedência à convenção, abraço do politicamente correcto, o "saber estar", "ganhar juízo"...Tudo coisas que esperam de nós enquanto aguardam à porta da "sociedade", do "mundo do trabalho", já formatados segundo os mais elevados parâmetros da vulgaridade.
E o pior é perceber que tudo isto "ajuda" ou "é preciso" para a normal iniciação enquanto seres respeitáveis em sociedade. As coisas "resultam" assim; começam a funcionar a partir do momento "em que".

I sold out e com isso veio o "sucesso profissional". Animador.

...e o Sebastian

 
2010: a Ferrari, o Michael e o Sebastian.
(fotografia usurpada do bonito blog para acompanhar toda a Fórmula 1)

2010-02-11

A minha relação com aquilo que eu a que posso chamar "o meu trabalho" é de absoluta inadequação.

2010-02-08

«Olha minha filha, toma lá para pagares as propinas»

Ao invés do curioso vídeo cuja nota descritiva é "ida ao cú", inclinei-me a deixar aqui este. Gelados, croquetes, Jacques Rivette, Cahiers du Cinema, prémios do júri, seres abjectos, tudo nos mesmos dois minutos e meio de sublimação audiovisual. A caixa com a quasi-completa filmografia de João César Monteiro custa 150€ e terá novo proprietário caso este venha a completar um mês de assalariado.

Porto-Espinho, Espinho-Porto

De um álbum do ano: Crack the Skye, Mastodon.

Bevar Christiania #6

«Dear Pedro Lourenço,

You have the possibility to be contacted by letter. Please send an e-mail to jobmail@novonordisk.com if you only want to receive letters.

Yours sincerely

Novo Nordisk A/S»


Obrigado, e até Hillerod. Vão preparando as cenouras e as sandes de salmão.

2010-02-07

Bevar Christiania #5

Lars von Trier é cidadão dinamarquês.

Bem como a Novo Nordisk, os porcos de costela extra, o pai de Scarlett Johansson, Niels Böhr, a equipa de ciclismo SaxoBank, esta moça que andava nos cartazes dos STCP há bem pouco tempo, metade do Viggo Mortensen, a Pequena Sereia, o King Diamond, Copenhaga. (e em última instância, os Safri Duo)

Cinema para menores de dezoito

Tarde dominical com Antichrist de Lars Von Trier. Filme para os audazes de estômago, fãs de Björk em Dancer in the Dark e assíduos das salas Medeia. Dedicado a Tarkovski.

P.S.- Levem a família.

2010-02-06

«Aproveitando a ocasião para classificar a música como "brilhante"»

Já suspeitava que isto viesse a acontecer, para tristeza de todos aqueles que pretendiam torcer pela selecção portuguesa, neste próximo Campeonato do Mundo da África do Sul. Resta-nos agora torcer pela selecção mais benfiquista do Mundial, a Argentina. Gritar os golos de Di María, louvar as "rabonas" de Pablito Aimar, chorar os dramas existenciais en el banquillo d'El Pibe.

2010-02-05

Descobri-o nos últimos dez dias. De forma penosa.

A RFM não é uma rádio. A RFM é um CD.

Bevar Christiania #4

Enfiado, sucessivamente,  numa farmácia de uma cidade com 20 mil habitantes. A diferença é que em Dronninglund, às quatro da tarde, já estava a pedalar até ao teatro; aqui, são oito da noite e eu ainda estou a contar moedas.

2010-02-02

Momento do Dia #3

Aquilo que eu ia dizer já me esqueci. Qualquer coisa relacionada com a Stefan GP - equipa sérvia (!!!) de Fórmula Um - estar a treinar no Algarve.

Momento do Dia #2

Comprar a revista LER. O consultório de Rogério Casanova (o mistério superior, mais ainda que todos os enigmas de Lost).

Momento do Dia #1

The Hurt Locker: nove nomeações.
 Sou provavelmente um dos melhores olheiros do mundo na arte de adivinhar que filmes vão ser embaraçosamente "resgatados" para as salas da Lusomundo, dois meses de terem estreado nas Medeia. Facto que remete obrigatoriamente para as cinco estrelas recebidas na revista Actual - indicador máximo de referência da cinematografia em Portugal - já na altura em que o filme por cá estreou. (Sim, quero que saibam que o filme já estreou em Portugal e também já desaparece! Saquem, comprem, emigram e vejam, mas vejam!)

2010-02-01

Boas entradas com... #3

...a Fórmula Um.

"Os tempos do primeiro dia: 1. Felipe Massa (Brasil/Ferrari), 1:12.574 (103 voltas)
2. Pedro de la Rosa (Espanha/Sauber), 1:12.784 (74)
3. Michael Schumacher (Alemanha/Mercedes), 1:13.247 (39)
4. Nico Rosberg (Alemanha/Mercedes), 1:13.543 (39)
5. Gary Paffett* (Inglaterra/McLaren), 1:13.846 (86)
6. Rubens Barrichello (Brasil/Williams), 1:14.449 (75)
7. Sebastien Buemi (Suíça/Toro Rosso), 1:14.782 (19)
8. Robert Kubica (Polónia/Renault), 1:15.000 (69)
*piloto de testes"

Ora portanto hoje começa a época da Fórmula Um com os primeiros treinos livres onde obviamente os "Lotus" e os "Campos Teams" deste mundo não têm lugar. Equipas de Fórmula Um de nacionalidade malaia, espanhola ou americana têm tanta credibilidade como as acções do Sporting Clube de Portugal e por isso não é de estranhar que ainda faltem pilotos, patrocínios, carros, donos, etc.
A análise exaustiva fica para outro dia. Pode ser antecipadamente resumida a duas quase mão-cheias de campeões do mundo a rasgarem-se de alto a baixo, para ver quem chega primeiro: Schumacher, Alonso, Button, Hamilton, Massa (que é como se fosse)... a que se acrescenta o Rosberg num carro decente, o Webber, o Kubica, e a minha aposta para este ano: Sebastian Vettel.

Eu depois faço já um post a prever tudo o que vai acontecer neste ano de fórmula um. Depois freitas-lobizo a temporada automobilística.

P.S.- Dava um dedo para meter o Raikkonen ali no meio; o Heidfeld e o...Montoya.

Não.

«Quem, eu?»

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