no TV.Esquerda.Net
Um post que é uma posição política da pessoa que aqui escreve e que acredita que "coragem" não é pedir sacrifícios a quem ganha 500€, mas pedir "sacrifícios" a quem "tem" uma "residência" no Mónaco ou nas Ilhas Caimão. E por aí fora iria se tivesse de falar sobre a antecipação do pagamento de dividendos da PT e sobre o triste filme que sobre o principal partido de Esquerda português se abateu.
(Aviso: este blog não é sensível ao argumento "as empresas deslocalizar-se-iam para fora do país" ou "as empresas perderiam competitividade no mercado e isso seria negativo para a economia" porque, como diz o Pedro Marques Lopes - insuspeito homem de direita - empresas que percam competitividade por pagarem mais 25 euros mensais aos seus trabalhadores, não são assim tão economicamente viáveis quanto isso)
Ou ponham os olhos na Islândia, como nos diz o Rui Tavares. A Islândia, um dos países que havia importado o modelo norte-americano de progressiva desregulação do mercado financeiro até ao infinito, recupera agora da explosão da maior bolha especulativa de que há memória na Europa: os seus bancos, com dez vezes o tamanho da economia do país, levaram a uma sociedade inteira à bancarrota.
Hoje, recuperam com uma política de esquerda - o Governo é uma aliança entre o principal partido do centro-esquerda e partidos da aliança verde-vermelha, da esquerda radical; uma das palavras de ordem é "natural resources owned by the public" e a recém-formada Assembleia Constitucional (composta por um grupo de cidadãos eleitos e não-filiados em partidos) prepara-se para reescrever a constituição para impedir que o desastre financeiro volte a acontecer.
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Tudo isto não passa sem vos deixar aqui uma das edições geniais da The Reykjavík Grapevine, provavelmente a melhor revista do mundo. Aqui, na capa, uma entrevista com o líder do "bloco de esquerda islandês" e actual Ministro das Finanças do Governo de coligação, Steingrímur J. Sigfússon, líder do Vinstri Hreyfingin - grænt framboð (Partido da Esquerda Verde). A limpar o que os outros deixaram, literalmente, e uma entrevista cuja leitura recomendo vivamente.
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