Não só me foi decretada tolerância de ponto para "ir ver o Papa" na próxima sexta-feira, como me é decretada para amanhã uma "tolerância de ponto emocional" para saborear uma segunda-feira à campeão. O 32º título no Campeonato Nacional Português traduz-se, por isso, num fabuloso dia dedicado à alienação abusiva de massivas quantias monetárias no estabelecimento comercial FNAC. Deve-se isto, também, à actividade indirecta do vulcão coiso que causou a sublimação instantânea da companhia Creative e, com isso, tornou possível a troca do meu Creative Zen 4GB em estado vegetativo - e que muitas horas de Governo Sombra, Converge e Barry White me proporcionou - por um vale FNAC de 70€, a gastar em sede própria.
Estou, naturalmente, aberto a sugestões sendo que, durante a noite, tenho tido pesadelos em que me aparecem em flashes instantâneos as palavras "cortázar", "submundo", "guilherme leite" ou "outro mp3 dava jeito". Enfim, tudo farei para que a política fnaquiana do "só-aqui-trabalham-gajas-giras-com-pins-do-bolaño-e-com-elevada-probabilidade-de-gostarem-de-ler" continue a fazer sentido do ponto de vista económico, estético e cultural.
E como entretanto não chega a Feira do Livro do Porto - que agora é nos Aliados e eu só acredito quando vir porque na Grécia não estive a dormir e deitei um olho ao que se passava cá no Porto - e não tenho lido coisas do género "livros" desde que encontrei a minha existência enquanto ser humano digno (vulgo, ter uma ocupação laboral não-vergonhosa), resumo-vos os factores basilares que permitiram a conquista de mais um título nacional. Quanto a mim:
- Defender bem, como em anos anteriores, só que com laterais com um mínimo de sentido de orientação em relação à bola e ao adversário (desta vez soubemos mandar embora a tempo jogadores como Schaffer e Patric; quanto a Sepsi, continuo a acreditar no seu talento);
- Ramires e Di Maria a jogar em posições que não lhes fazem confusão, tendo isso, como consequência, um meio campo que sabe manter posse de bola, trocar meia dúzia de passes, e mesmo ser coordenado por Pablo Aimar;
- Saviola na pele de jogador que é melhor que os outros e como tal desequilibra aquilo que é suposto ser uma defesa adversária bem fechada. Coisa que já não era feita desde os tempos de... Bem, de...;
- Nossa Senhora da Imaculada Conceição (a quem muitos chamam "Jorge Jesus").
E festa? Aliados? Boavista? Não. Aqui, uma vitória destas celebra-se em casa com:
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