2011-12-20

Livro #23 de 2011

O senhor Kraus é um jornalista que cedo percebeu que «a única forma objectiva de comentar a política era a sátira». E assim vai escrevendo as suas crónicas, satirizando os chavões e os lugares-comuns da linguagem política.

«- Mas além desse helicóptero a funcionar - disse o Primeiro Auxiliar - temos ainda um outro helicóptero que não funciona.
- Isso também conta - murmurou o Segundo Auxiliar.
- E que faz ele? - perguntou o Chefe.
- Observa.
- Vigilância.
- Está muito atento.
- O helicóptero?
- E o rádio funciona!»

Livro #22 de 2011

2011-12-12

"Paranormal Activity" - Oren Peli (2007)

Espectacular: dormi que nem um anjo. 
Resumo: suspense --> 10 min não assustadores de filme --> fim --> sucesso de bilheteira.

Olha, deve ser da idade

Pronto, o António Barreto pirou de vez e está a falar a uma só voz com o Medina Carreira.

Livro #21 de 2011

O Senhor Brecht é o senhor de Gonçalo M. Tavares que, sozinho numa sala, começa a contar histórias. Quando dá por si, a sala está cheia de ouvintes e o senhor Brecht já não consegue sair. Um livro fofo, fofo, fofo.
«Os caracóis entravam em corridas de cem metros. O filho começava a correr no sítio exacto onde a mãe morria. Nunca terminavam os cem metros em menos de dez gerações. Como demoravam muito, quando chegavam à meta, deixavam-se ficar.»
E é isto, durante sessenta e cinco páginas. Lê-se em quarenta minutos. Uma edição fabulosa.

2011-12-11

Os grandes dramas do Homem Moderno

É Domingo à noite e não sabemos em que pegar para adormecer:
- Fisiopatologia e Farmacoterapia do Cancro do Pulmão,
- Monografia do Trastuzumab (desse "infame" laboratório farmacêutico que é a Roche),
- O Senhor Kraus de Gonçalo M. Tavares
ou
- Gente Independente de Halldór Laxness?

Para registo

- o lateral-esquerdo Emerson é um jogador cujo único objectivo em campo é fazer a bola e o espectador descansarem do futebol. No fundo, o equivalente àqueles cinco minutos que é suposto descansarmos por  cada hora em frente ao computador;

- a quantidade do elemento sorte deste jogo com o Marítimo preencheu já as quotas para os próximos dois meses de jogos;

- está cientificamente provado que o Sport Lisboa não consegue jogar futebol no eixo de latitude onde se situa a ilha da Madeira.

Uma boa semana de trabalho a todos,

Livro #20 de 2011

«...é verdade que se um homem misturar absinto com a realidade fica com uma realidade melhor. ... mas também é certo que se um homem misturar absinto com a realidade fica com um absinto pior. ... muito cedo tomei as opções essenciais que há a tomar na vida - disse o senhor Henri. ... nunca misturei o absinto com a realidade para não piorar a qualidade do absinto.»

"Melancholia" - Lars von Trier (2011)

Atenção! Melancholia, filme do dinamarquês Lars von Trier (Dogville, Dancer in the Dark) acaba de ganhar o prémio de melhor filme do cinema europeu pela Academia Europeia do Cinema mas é um filme que deve ser visto na sala merecida: a Medeia Campo Alegre. Sala pequena, barely frequentada, onde até dá para ouvir o som da película a ser rodada.

Tem actores dinamarqueses...
(à esquerda: veste bem melhor que eu)
...e é realizado por este senhor maluquinho...
"FUCK"
...que agora já não deixa as pessoas mal do estômago.

Se tive sono? Sim, tive um bocadinho de sono. Ainda experimentei os óculos para o cansaço da vista mas consegui acompanhar os meus fellows companheiros de sala na sessão de bocejos prolongados, compreensível num final de tarde de Domingo. Os primeiros minutos do filme são magníficos:

2011-12-04

Depois da tarde de hoje, apetece dizer

Juan Martin Del Potro: o meu homem para 2012.
(corrigido de "2011" para "2012", como deve ser)

tanto que quase já me ia esquecendo de

Livro #18 de 2011

"Os delírios solitários e as tortuosas reflexões de um jovem escritor, errando através da vida urbana, acompanhado pela sua inexorável antagonista, a fome. Um romance que é o início da grande literatura do século XX."

...e que só é estragado pelo "inexorável" e sobreinterpretativo prefácio de Paul Auster.  (pontos extra por ser norueguês)

"Un Poison Violent" - de Katell Queillévéré (2010)

...dans la 12ª Festa do Cinema Francês. O fofíssimo festival decorreu em diferentes e dispersas cidades portuguesas. No Porto, o fofíssimo Cinema Passos Manuel esteve apinhada do fofíssimas miúdas giras. Obrigado a todos,

Atenciosamente e com atraso.

2011-12-01

Livro #17 de 2011

O meu primeiro Camus apareceu-me na adolescência, numa daquelas ocasionais promoções do Modelo lá da terra. Na altura, o critério de escolha foi a de comprar um livro com menos páginas possível e, consequentemente, mais rápido e fácil de ler. Mal sabia eu que a apatia meursaultiana no funeral de sua mãe iria ser a primeira traulitada literária que aquele jovem imberbe havia de levar.
Dez anos depois, os cinco euros de uma edição rasquíssima da Livros do Brasil (na imagem), num dos alfarrabistas da Rua das Flores (Porto), deu-me a ler A Queda, tido como um dos seus livros de mais difícil compreensão. Uma viagem ao submundo da noite amesterdã, dizem; um longo e demorado monólogo existencialista, acrescento.

2011-11-29


2011-11-28

"Viskningar och rop" - Ingmar Bergman (1973)

"Bergman a cores" ou simplesmente o post que se podia chamar Liv Ullman's close ups.
Quase me consigo babar durante horas a ver os grandes planos desta senhora de idade, que é norueguesa.

2011-11-13

Não necessariamente de coisas literatas.

Há uma coisa fabulosa no iTunes que se chama JAZZRADIO.com - Cool Jazz e que me faz companhia durante as minhas leituras.

"Midnight in Paris" - Woody Allen (2011)

E aqui há tempos fui ver este ao cinema só porque já não ia ver um sozinho há muito tempo e fiquei a gostar ainda mais da Rachel McAdams. Mas assim "muito"... muito, muito.

Também gostei muito:
- da banda sonora do filme;
- de referências literárias;
- de jovens-adolescentes-que-não-me-parece-que-apanhem-referências-literárias;
- do cartaz do filme;
- e do filme.



















...que é claramente sub-explorada e merecia um filme por si só.

2011-11-07

2011-11-02

"Jungfrukallan" - Ingmar Bergman (1960)

Jungfrukallan (A Fonte da Virgem), adaptação de uma história tradicional sueca, conta a vingança de um pai pela violação e assassínio da sua filha às mãos de três pastores, quando atravessava uma floresta em peregrinação.
Tendo como ponto de partida o folclore nacional, Bergman reflecte sobre as questões da morte e da fé, da justiça e da perda da inocência às mãos de malfeitores. Junte-se o cenário medieval e temos um certo travo a "O Sétimo Selo", nas questões morais abordadas e na paisagem rural escandinava.

Com mais um papelaço de Max von Sydow como patriarca da família, ganhou o Óscar para Melhor Filme em Língua Estrangeira de 1961. Certamente dos bergmans que mais gosto.

Livro #16 de 2011

A história de Shinji e Hatsue encontrada por 5€ nos alfarrabistas da Rua das Flores.

2011-10-22

Stargásmico

Em alta rotação:

Coisas que estão mal (II)

Milos Raonic - o homem com as pernas de um cavalo - perdeu em três sets com o Monfils e, em vez de uma final Raonic-Del Potro, acabamos por ter um aborrecidíssimo Monfils-Nieminen na final. O ténis desta semana: todo ele um grande bocejo.

2011-10-20

Coisas que estão mal

O James Blake ganhou ao Del Potro por 6-4 6-4 naquele que ia ser o torneio com a primeira final Raonic-Del Potro, do ano. Em Estocolmo, Suécia.

2011-10-18

"Det Sjunde Inseglet" - Ingmar Bergman (1957)

O Sétimo Selo (The Seventh Seal) - filme de 1957 - é não só a mais mediática das obras de Ingmar Bergman, como também é considerada a sua obra prima. Vencedor do Prémio Especial do Júri de Cannes no mesmo ano, conta a história de um cavaleiro que, regressado das cruzadas, tenta desvendar os mistérios da fé enquanto joga uma partida de xadrez com a Morte.

O filme tornou-se de tal forma popular que qualquer pessoa terá visto uma qualquer referência à cena inicial do filme em que o cavaleiro tenta ganhar tempo de vida desafiando a Morte para um jogo de xadrez. Assim de repente, lembro-me dos spoofs feitos pelos Monty Python ou na série Mundo Catita com Manuel João Vieira, que recomendo valentemente.

Este é certamente o filme que mais gosto do realizador sueco, juntamente com o também premiado A Fonte da Virgem, ambos situados no espaço temporal da era medieval. Gosto de sublinhar não só a abordagem de Bergman à temática da fé e dos mistérios da vida, como também o papelaço que fazem Max von Sydow (no papel do cavaleiro) e Gunnar Björnstrand - que geralmente faz papéis de pai de família respeitado, médico e outros do género - e que aqui interpreta o papel de escudeiro, num registo cómico absolutamente sublime, e que dá outro tempero ao filme.

Vou deixar que seja um grande amigo meu a falar-vos mais de O Sétimo Selo. Música de 1969:

The Seventh Seal - Scott Walker (Scott 4 - 1969)
Anybody seen a knight pass this way
I saw him playing chess with Death yesterday
His crusade was a search for God and they say
It's been a along way to carry on

Anybody hear of plague in this town
The town I've left behind was burned to the ground
A young girl on a stake her face framed in flames cried
I'm not a witch God knows my name

The knight he watched with fear
He needed to know
He ran where he might feel God's breath
And in the misty church
He knelt to confess
The face within the booth was Mr. Death

My life's a vain pursuit of meaningless smiles
Why can't God touch me with a sign
Perhaps there's no one there answered the booth
And Death hid within his cloak and smiled

This morning I played chess with Death said the knight
We played that he might grant me time
My bishop and my knight will shatter his flanks
And still I might feel God's heart in mine

And through confession's grille Death's laughter was heard
The knight cried No you've cheated me!
But still I'll find a way
We'll meet once again and once again
Continue to play

They met within the woods the knight his squire and friends
And Death said now the game shall end
The final move was made
The knight hung his head
And said you've won I've nothing left to play

The minstrel filled with visions sang to his love
To look against the stormy sky
The knight his squire and friends
Their hands held as one
Solemnly danced toward the dawn

His hourglass in his hand his scythe by his side
The master Death he leads them on
The rain will wash away the tears from their faces
And as the thunder cracked they were gone

Das grandes personagens (6)

Pedro Granger a fazer de mau n'O Elo Mais Fraco.

2011-10-11

Bevar Christiania #8


E por falar em Shanghai de 1000...

...assim de repente, os quartos-de-final vão ser:

- Rafel Nadal vs Tomas Berdych (jogo em que o Nadal vai ganhar um difícil 1º set e um fácil 2º)

- David Ferrer vs Andy Roddick (o Ferrero elimina Verdasco; Ferrer ganha ao Raonic - mas só porque ainda não está bom - e depois elimina o Ferrero nos oitavos-de-final)

- Jo-Wilfred Tsonga vs Bernard Tomic (recordo que o Tsonga prepara-se para eliminar o garoto japonês que na 1ª ronda ganhou ao melhor jogador do mundo em 1ºs sets - o holandês Robin Haase - por 0-6 7-5 7-6)

- Andy Murray vs Gilles Simon

Mas isto sou só eu, que percebo destas coisas.

Conversas com Deus

Como é que este gajo me chega à final do ATP 500 de Beijing, obriga o Berdych a ir a três sets e depois me perde na 1ª ronda em Shanghai com o Albert Ramos? Alguém me explique, ó Criador do Universo...

2011-10-09

Por favor alguém faça uma versão pesada desta música

"Smultronstallet" - Ingmar Bergman (1957)

Ou Morangos Silvestres, em português. Uma viagem  de Estocolmo à sulista cidade de Lund que desperta também uma viagem pela memória.

Editado às 23h de 11/10/2011 - Soube agora, de fonte segura, que smultronställe é uma expressão sueca que significa a special place in your heart, a place you love.

Livro #15 de 2011

Escritor consagrado decide levar filho de 12 anos, viciado em manga e anime, ao Japão, com a promessa de não terem de visitar "O Verdadeiro Japão" - designação para o circuito de museus, templos e símbolos da cultura milenar japonesa. O título original é Wrong About Japan. Mais um da colecção Carlos-Vaz-Deus-na-Terra-Marques.

Livro #14 de 2011

Este ia nem que fosse pela capa, mas o livro vale por si.

Tillbaka från Stockholm

Há uma coisa que tenho vindo a aprender nestes últimos anos: por muito boa seja uma viagem, há sempre o culpado prazer do regresso. Tenham sido sete dias no Japão ou nas Seychelles, o viajante vai sentir-se feliz por estar de volta a casa. Não há nada como o conforto do sofá, das refeições quentes ou da TV por cabo. E foi nisto que pensei quando, a uns milhares de pés de altitude, constatava o completo caos que é o ordenamento do território português - sim, Portugal é imediatamente reconhecível em altitude ao verificarmos que não existe qualquer conceito de geometria ou linearidade na construção urbanística. Não há feng-shui que nos valha.

A Suécia é, desde que entrei na puberdade, o país que sempre quis conhecer. Não por influência da fase hormonal que então principiava mas, sobretudo, pelas bandas que ouvia na altura, o chamado death metal sueco: Opeth, In Flames, Katatonia, Dark Tranquillity, etc. E se não eram suecas, as bandas eram norueguesas ou finlandesas. Um poço de motivações legítimo, portanto. Mais tarde, e à medida que ia acumulando leituras, fui acrescentando motivações de outra espécie para gostar dos escandinavos, nomeadamente política, cinema, natureza e aprofundamento da democracia (miúdas). No fundo, era o sonho de mais um adolescente que não tinha muitos (aliás, que outro país teria um programa da manhã "assim"?). Este sonho viria, mais tarde, a ser prematuramente relativizado com a viagem a um outro país nórdico (ou semi-escandinavo), a que hoje chamamos de Islândia.

Estocolmo é a cidade que podemos ver na fotografia acima. Arquitectura marcadamente escandinava, limpa, bem conservada e rodeada de água. Ao centro, uma pequena península alberga a zona histórica (a chamada Gamla Stan) e separa as duas faces mais urbanizadas de Estocolmo (Norrmalm à esquerda e Söderrlam à direita). Do lado de cima, temos o Mar Báltico que nos conduz às cerca de 30 000 ilhas onde a maioria dos estocolmitas têm as suas summerhouses, o chamado Arquipélago; em baixo, o Lago Mälaren, um dos maiores da Europa e onde os nativos se aventuram quando no Inverno a sua superfície congela. Ao epíteto "A Veneza do Norte" atribuído à cidade de Estocolmo, eu respondo com um "A Paris Escandinava": cosmopolita e orgulhosa das suas raízes, o design moderno de Estocolmo convive tranquilamente com os omnipresentes símbolos monárquicos da Casa Real Sueca. Um quase paradoxo numa sociedade tão liberal mas que de alguma forma parece fazer sentido.

Um Get to Know Stockholm de quatro dias foi o plano considerado necessário a uma rápida mutação do turista português em Tomas Tranströmers turísticos, com a visita a muitos dos locais mais emblemáticos da capital sueca. Desde o Museu Nacional com as suas exposições de pintura sueca do séc. XVIII - e acima de tudo a exposição As Quatro Estações, brilhantemente preparada aliás, e onde se reflecte sobre os processos de criação da identidade nacional construída sobre a paisagística do país, a partir da criação artística do início do século XX - passando pelo edifício da Câmara Municipal onde é servido o banquete anual do Prémio Nobel, ou o Riksdag, o famoso parlamento sueco e responsável pelo momento mais excitante da incursão.

Destaco também o pequeno bairro de Gamla Stan. Foi neste pequeno bairro onde os grandes momentos foram vividos - nomeadamente a comemoração do remate certeiro do jogador Bruno César contra os romenos do Oțelul Galați. Decentemente comemorado, posso assegurar. E foi também na sequência desta comemoração que foi registada a melhor marca pessoal do ano no que às despesas em cerveja, em % do PIB, concerne e onde posteriormente os caminhos da madrugada turva nos cruzaram com um interessante leque de personagens potencialmente literárias que vão desde a versão sueca de Chris Crocker a uma jovem diplomata colombiana louvando o latinismo cavalheiro quando confrontada com a sua primeira experiência de homem sueco. Sem esquecer, claro, a alegria incontida de um jovem brasileiro que acabara de descobrir a existência de um secador na casa de banho comum do hotel. O garoto passou a ser um assíduo do "banheiro".

A experiência não podia ser completa sem uma visita à "Natureza". Num retiro às quasi-desertas ilhas do Báltico, para retemperar energias, comunicar com os deuses pagãos, ouvir os passarinhos e essas coisas todas que nos deixam de bem com a vida. Tenho de reconhecer não haver nada como tomar o café da manhã com vista para o Báltico.

De uma forma geral, a Suécia não é como a Islândia. Não é nem um contacto íntimo com a divindade criadora do universo, nem o local onde encontraremos a resposta para todas as nossas dúvidas existenciais - frase provada cientificamente com o curto diálogo ao balcão de um britânico alegre que perguntava a um barman local:

 - So...what's the meaning of life?
 - I don't know - respondeu o sueco.
 - You are a barman, you should know those things.

 Naquele que foi um momento cristalizador das angústias do ser humano quando confrontado com uma realidade da qual apenas suspeitava existir. Grande Sverige.

2011-09-11

"Sommarnattens leende" - Ingmar Bergman (1955)

Se para alguns os autores se tornam "muito cá de casa", no meu caso são as "meninas de Bergman" que aos poucos me são quase como irmãs. Fica o registo do crescente relacionamento e profunda intimidade.

E o filme - Sorrisos de Uma Noite de Verão - um dos que gostei mais.

"A Reunion with Boredom" by Charles Simic


"Do people still suffer from periods of boredom even with computers, smart phones and tablets to occupy them endlessly? There’s also television, of course, which in homes of many Americans is on twenty-four hours a day, making it harder and harder to find a quiet place to sit and think. Even neighborhood bars, the old refuge of introspective loners, now have huge TV screens alternating between sports and chatter to divert them from their thoughts. As soon as college students are out of class, cell phones, and iPods materialize in their hands, requiring full concentration and making them instantly oblivious of their surroundings. I imagine Romeo and Juliet would send text messages to each other today as they strolled around Verona, though I find it hard to picture Hamlet advising Ophelia to betake herself to a nunnery."
Em Agosto, o meu cinema é Bergman período 1953-1973.

Obrigado C.! (ou T. ou lá o que raio é)

O que é a silly-season

A silly-season é específica de cada espécime sapiens sapiens sendo que, no caso deste que vos escreve, se traduz na não realização de uma série de tarefas definidas antes do início desta época como: o ciclismo, o cinema islandês, o jogging matinal e regular no seaside, o Vertigo, a aquisição de produtos desportivos promovidos pelo jogador escocês anteriormente conhecido por "Andy Murray", ou "ir para fora cá dentro".

Em contrapartida, o hit deste Verão:

"Mas por um bom motivo"

É verdade que já não escrevo aqui há muito tempo. Mas por um bom motivo. Não permitir que a época da silly season contaminasse os escritos ("um desporto de inverno", como diz o rulote). Como se o absurdo e a molenguice das elevadas temperaturas se traduzissem em frases absurdas e non-sense pelo non-sense. Não podia ser.

2011-08-21

Joyce Carol Oates

O Árbitro Assistente é dono de uma proeminente barriga.

Graças a Deus que existe Sport Tv. Já não consigo suportar mais os comentadores de futebol da TVI.

2011-08-16

"En lektion i kärlek" - Ingmar Bergman (1954)

*textinho sobre o filme*

Sabe bem.

Rui Santos Alerta #4

 Lembra-te: sempre que alguém te disser «vou-te ser o mais sincero possível», está a mentir.

2011-07-30

Feliciano Lopez Bag Check


running Shoes
my two racquets (...it's a powerful racquet but you have control as well. I really like it)
nécessaire
a pílula
nimed
blackberry
energy drink
sunglasses (one of them)
foreign money from everywhere of the world
more sunglasses
even more sunglasses

2011-07-28

Sou uma pessoa muito mais feliz

Lembram-se disto? Foi o dinheiro mais bem gasto da minha vida.

Parece que um filho meu se vai chamar Nicolas

2011-07-23

Livro #13 de 2011


E em jeito de etiqueta deixo uma pequena passagem que descreve com maestria um dos maiores flagelos da sociedade em geral, e que a mim me afecta muito, em particular: o "excesso de simpatia".
"Estão agora num dos últimos andares, já sentados diante de um funcionário. Este, dadas as circunstâncias, esbanjava uma simpatia tão excessiva que ela caía algures no chão, desperdiçando-se. Alguém a iria varrer e a mais ninguém serviria. Matteo observava o excesso de delicadeza e sentia vontade de bater no homem."

2011-07-21

O filho que toda a mãe gostaria de ter

"He attacks, he crashes, he rides into random car parks - and yet still he leads the Tour. Is Thomas Voeckler the most exciting maillot jaune since, erm, Thomas Voeckler in 2004?
They call him "Petit Blanc" - but surely that should be "Grand Jaune" now after another mesmerising performance in the fabled yellow jersey.
The most thrilling Tour in years hit top gear on Wednesday with a descent described by Andy Schleck as "fatally dangerous". Schleck's quibble aside, it was without a doubt one of the most thrilling finales to a stage in recent years - primarily due to the man in yellow.
Knowing his overall lead will be under severe pressure on Thursday with the Tour's highest ever summit finish atop the snow-capped Galibier, Voeckler went on the offensive on the controversial descent down the back of the Pramartino.
A yellow jersey on the attack, eh? That hasn't been seen since the days of Armstrong - but then it was often a tedious, robotic affair. With Voeckler you never know what you're going to get. He's the Kryten of cyclist robots (for all those Red Dwarf fans out there) - just not as gormless.
First of all, he overshot a tight bend and almost landed into the same ditch that cushioned the fall of his compatriot Jonathan Hivert minutes earlier.
Then the same thing happened on another bend. But instead of crashing on his side, Voeckler chose to ride on into a car parking area on the concrete terrace of a house beside the road. In doing so he actually jumped off a metre-high ledge and was airborne for a moment before landing in the concealed space.
Keeping as cool as Thor Hushovd in a Mardi Gras parade, Voeckler turned around, pushed his bike up the slope and back onto the road, and continued on his way. He can thank his fellow Frenchman Hivert for leaving the gate open - for the Saur-Sojasun rider had again made the exact same mistake minutes earlier.
The elegance with which Voeckler dealt with these mishaps was worthy of an "oo, la la!". Two big scares and not a scratch. He even joined the road ahead of Ivan Basso - and lost only 27 seconds at the finish. "A lesser evil," said his Europcar team-manager Jean-Rene Bernaudeau - and that's about right.
Had it been Andy Schleck, he would have probably contrived to slam into the parking lot fence - merely to make a point and prove his scaremongering right.
Had it been the honest Cadel Evans, he probably would have stopped to pay the parking meter before going on his way.
Had it been Jan Ullrich, there would have no doubt been a farmers' market being held in the open space and the German would have felt compelled to stay for a bratwurst with fried onions.
We know, he knows, everyone knows that Voeckler has about as much chance of winning the Tour de France as either Schleck has at winning an arm wrestle against Mr T. But you get the impression, by the way he's riding, Voeckler isn't going to give up without a fight.
On Thursday Tommy will enter the 19th day of his career in yellow - that's two more days than Alberto Contador has managed. That stat speaks for itself."
do Blazin' Saddles

Eu no fundo não tenho culpa de aproveitar as coisas boas da vida. Isto ainda àde ser tão cool cum'ir ao Super Bock; um artigo do "Saddles" ainda há de ser tão coiso cum'um dos xx.

2011-07-18

Hoje não dormi

Saí à rua para festejar o primeiro troféu da época.

O nosso grande capitão exibe uma réplica de um dos empreendimentos da Lusoponte.

2011-07-17

"Este-senhor is not down"

Quase não consigo escrever mais nada sobre ciclismo desde que comecei a ler o Blazin' Saddles no site da Eurosport: blog ou twitter. Não há nada que não seja simplesmente 'mau', ao pé daquilo. Vou ter de começar a ler os 149 posts desde o início. Está lá tudo.

Entretanto acho que posso declarar o meu apoio político à candidatura de Frank Schleck aos Champs Elysées. Isso e corrigir a minha opinião pré-Tour reatribuindo a entrega de título de favorito à vitória final a Cadel Evans.

Nichos de mercado

Festival Marés Vivas = festival de música que se destingue dos demais pela total ausência de "gajas boas".

O meu plano de resposta à crise económica, financeira e social da Europa é o Jeff Loomis

que já não vindo cá tocar em Agosto - tirem-me a vida, não consigo lidar com isto - toca o suficiente para alavancar o crescimento da economia, reduzir a taxa de desemprego e subir as classificações das agências de notação financeira. Aos 1:14 começa o solo que, terminado ao fim de minuto e dez segundos de duração, fez aumentar 14% as exportações nacionais.

Livro #12 de 2011

"O livro convida os leitores a discutirem a crise no tempo do FMI, a analisarem as teorias económicas, a conhecerem os problemas e a escolherem o que vai ser da nossa vida."


Ou de como o homem de esquerda é uma pessoa que lê livros sobre a economia "das nossas vidas".

2011-07-11

Ou da minha geração...

Eu cada vez mais me convenço que o Rogério Casanova é o MEC do meu tempo.

"Vinokourov/Van den Broeck is down"

Johnny Hoogerland (líder da classificação da montanha)

Jurgen Van den Broeck (12º da Geral)

Alexandr Vinokourov (11º da Geral)

David Zabriskie (ciclista que faz a Volta à França com uma dieta vegan)

Arquivo do blog